30 outubro, 2013

Guerra animal

A noticia que foi ontem lançada sobre a nova lei dos animais de estimação, foi como lançar uma bomba nas redes sociais. Era só ver pessoas indignadas com o governo, argumentado que ninguém manda na sua casa, que devem fazer o mesmo com as crianças limitando seu numero por família e habitação, falavam de touradas, matanças de porco, bem, enfim. Um sem numero de razões, que não faziam qualquer ligação com a noticia e a questão em si, acho que a maior partes das pessoas não sabe ler português e compreender o que lê. Por acaso este tema é me especialmente sensível. Quando se vive num prédio em que os vizinhos têm animais, sabemos bem como funcionam as coisas na realidade. No meu caso, tenho dois exemplos bastante distintos. Uns vizinhos que até há bem pouco tempo eu nem sabia que tinham uma cadela, mas por outro lado, tenho outros vizinhos que têm dois cães de um gato, e que tem sido um autêntico inferno há já alguns anos! Na minha opinião e com base na minha experiência, acho um pouco egoísta as pessoas que têm animais a viverem em apartamentos. Trata-se de um espaço pequeno, em que os animais não andam à vontade e não têm uma vida de animal, mas sim de pessoas. Eu compreendo que as pessoas gostem de ter os animais como sua companhia, mas tal como tudo na vida, não podemos ter tudo o que desejamos, e se as pessoas são mesmo amigas dos animais deveriam pensar muito bem antes de ter um animal de estimação. Depois, o que é que acontece quando se vive num prédio? Viver num prédio é como viver numa pequena comunidade, em que temos de ter atenção ao barulho, à sujidade, as regras de boa convivência, etc... E no meu caso, o facto de existirem animais no prédio pode tornar-se complicado. Os cães ladram dia e noite, queres dormir e não podes porque tens os cães a ladrar; o prédio fica com muito mais sujidade que nem dá para colocar os sacos das compras no elevador porque ficam cheios de porcarias dos cães; e por vezes assustam e ladram às pessoas que não conhecem, nomeadamente às pessoas que me visitam e que não têm que levar com aquilo. Eu que por opção não tenho animais de estimação, tenho de conviver com os animais das outras pessoas, o que não me parece nada justo. E como pelas mais variadas razões não se pode mudar de casa como quem muda de cuecas, ou não podemos mudar as outras pessoas para outro sitio, temos de aturar certas coisas. E ai de alguém que conteste ou fale nos animais, já somos todos mal educados, não gostamos de animais e não respeitamos ninguém!!! É todo um equilíbrio difícil de atingir, porque convivem no mesmo espaço pessoas civilizadas e não civilizadas, pessoas que respeitam os seus vizinhos e outras não. E por uns levam os outros! Portanto, eu acho que no caso de habitarmos num prédio, cada habitação só poderia ter dois animais de estimação, parece-me para mim o mais sensato, e se em casos extremos os animais incomodarem os vizinhos sistematicamente  os donos dos animais devem ser responsabilizados. Quem não vive em prédios pode ter os animais que quiser, com os certos limites em relação ao barulho e à higiene. Devemos deixar os caprichos de lado, e tentar chegar a um consenso para que tem animais e para quem não tem possa viver tranquilamente nas suas casas. Resta-me esperar que o governo e quem defende os animais chegue a um consenso em nome do bem estar dos animais e das pessoas.


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